Caicó, 08 de agosto de 2012.
Aos Irmãos e irmãos da Diocese de Campina Grande,
Ao Reverendíssimo Pe. Márcio Henrique Mendes Fernandes (Administrador Diocesano) e aos membros do Colégio de Consultores,
A todos os presbíteros, diáconos, religiosos, religiosas, ministros, missionários e agentes de pastoral,
Às autoridades civis e militares,
A todo Povo de Deus de Campina Grande,
Caríssimos irmãos: Paz e Bem!
Quero saudar com paternal afeto aos irmãos presbíteros, diáconos,
religiosos, religiosas, ministros, missionários, agentes de pastoral,
membros de movimentos e pastorais, catequistas, funcionários da Diocese,
paróquias e instituições da Igreja, evangelizadores, famílias cristãs,
crianças, jovens, idosos, homens e mulheres de fé.
Saúdo com grande respeito às autoridades civis e militares, com sua responsabilidade de promover o bem da Sociedade,
Saúdo com todo carinho o Povo de Deus de Campina Grande e as pessoas de boa vontade.
O Santo Padre Bento XVI acaba de me nomear Bispo da Diocese de
Campina Grande. A minha resposta ao Papa é sim, que significa minha
adesão à vontade de Deus, manifestada na pessoa do Pontífice. Estou
dizendo sim ao Papa e, através da sua pessoa, estou dizendo sim à Igreja
de Jesus Cristo que está em Campina Grande.
O meu lema episcopal é: “Ide aos meus irmãos!” Estou indo aos irmãos e
irmãs que estão nessa querida Diocese de Nossa Senhora da Conceição de
Campina Grande. Levo no coração uma certeza: vou como irmão encontrar
muitos irmãos e com vocês caminhar na fé, procurando viver o Evangelho
de Jesus Cristo, como Igreja, nestes tempos tão desafiadores.
Ainda emocionado, tento expressar os primeiros sentimentos. Neste
momento, paira sobre mim certa perplexidade. E julgo isso como sendo
muito natural. Tenho dois olhares e sentimentos correspondentes: um
olhar sobre Caicó e outro sobre Campina Grande. Olho para a Diocese de
Caicó e o coração se aperta de saudades: deixar padres, diáconos,
religiosos (as), pessoas próximas, colaboradores fieis e amigos; deixar
este clima bom que a Igreja do Seridó vive; deixar trabalhos iniciados;
partir para outras searas, depois de quase seis anos. Este sentimento
humano é sempre vivido por todo missionário, que deixa tudo e vai em
nome de Deus! Isso faz parte da missão do Bispo. Sei que tudo pertence a
Deus e Ele cuida de todos. As sementes lançadas neste chão fértil de
homens e mulheres de fé do Seridó potiguar vão fecundar e produzir
muitos frutos. É o Senhor que vai providenciar os meios e pessoas para
continuar sua obra. Acredito profundamente nisso. E isso me faz aceitar
com paz e grande esperança a mudança que a Igreja me pede.
Também olho e contemplo com interesse todo particular a Diocese de
Campina Grande e brotam no meu coração outros sentimentos: novas e
grandes possibilidades de partilhar a vida e a missão; desejo de ir ao
encontro dos irmãos e irmãs que Deus está me dando; alegria de acolher
infinitas possibilidades de realização; construir amizades e agir como
pastor que Deus envia para esta grande diocese. Com vocês, meus irmãos,
vou fazer um caminho de fé e fraternidade. Sei que irei crescer com
vocês, aprender muito e descobrir novos horizontes e possibilidades de
concretizar o Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Agora, depois de expressar os primeiros sentimentos que me envolvem,
penso nas minhas atitudes iniciais diante do mandato de ser bispo da
Diocese de Campina Grande.
No início de uma nova missão as palavras mais importantes são:
acolhimento, conhecimento, diálogo, caminhar juntos, na fé e no amor.
Quero, movido pelo Espírito Santo, acolher a todos; conhecê-los como
meus irmãos e irmãs; dialogar sobre os assuntos pertinentes à vida da
Igreja; e a partir daí fortalecer os vínculos da fé, na força divina do
amor.
Estou consciente da grandeza e importância da Diocese de Campina
Grande no cenário da Igreja Católica e, em especial, da Igreja do
Brasil. A responsabilidade do seu Bispo Diocesano é grande. Para
corresponder à grandeza dessa missão e à confiança que o Papa depositou
em mim, vou contar com o apoio do clero, ministros, agentes de pastoral,
funcionários da diocese, membros das pastorais e movimentos,
autoridades e instituições de promoção do bem comum. Vamos nos dar as
mãos e trabalhar por uma Igreja viva, movida pelo Espírito Santo, no
cumprimento da Palavra de Deus. São muitas as iniciativas da Igreja
Diocesana de Campina Grande e vamos juntos trabalhar incrementando-as e
nos empenhando em realizá-las. Na unidade, teremos forças para enfrentar
os desafios que o Evangelho nos pede para os dias de hoje.
Nestes tempos complexos e de profundas mudanças, temos como Igreja
muitas preocupações, entre elas: realizar uma “Nova Evangelização”. A
Igreja nos pede um enfrentamento consciente e vigoroso diante dos novos
desafios. Estamos inseridos num mundo em transformações, em processo de
mudanças. A Igreja, depositária do dom mais precioso que Deus deu à
humanidade, tem a missão de partilhá-lo com todos os homens e mulheres: a
Boa Nova de Nosso Senhor Jesus Cristo. É decisivo o modo como
apresentamos o Evangelho neste tempo tão marcado pela cultura midiática.
O conteúdo é a mensagem cristã, mas ele pode não ser acolhido se não
for bem apresentado, na forma e na linguagem que as pessoas possam
receber com entusiasmo. No tempo da comunicação a forma tem grande peso e
termina influenciando a recepção da mensagem divina. É por isso que
falamos em nova evangelização. Novos tempos, novas culturas, novas
visões de mundo e, por tanto, faz-se necessário um novo jeito de
anunciar Jesus Cristo.
A Conferência Nacional da Igreja no Brasil (CNBB), na Assembléia de
2011, aprovou as Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora (2011-2015),
indicando as cinco urgências: “Igreja em estado permanente de missão;
Igreja: casa da iniciação à vida cristã; Igreja: lugar de animação
bíblica da vida e da pastoral; Igreja: comunidade de comunidades; Igreja
a serviço da vida plena para todos”.
As dioceses já estão trabalhando nessa perspectiva de “reconhecer-se
em estado permanente de missão” a fim de cumprir o mandato do Senhor de
anunciar o Evangelho a todas as pessoas, centrando o foco da sua ação
evangelizadora, na iniciação para a vida cristã, na animação bíblica, na
vida comunitária e nos compromissos da defesa da vida plena para todos.
Está muito claro que toda ação da Igreja deve partir de Jesus Cristo
como ficou expresso no objetivo geral das diretrizes: “Evangelizar, a
partir de Jesus Cristo, na força do Espírito Santo”. Com este
fundamento, podemos articular um bonito projeto de vida eclesial,
visando formar comunidades cristãs, centradas no Evangelho e no
testemunho feliz dos que optam por Cristo.
Como religioso capuchinho, acompanha-me o espírito missionário, o
sonho de construir fraternidade e de viver com simplicidade. Quero
colocar-me a serviço da Diocese de Campina Grande com todo o meu ser,
experiência de vida e conhecimentos adquiridos ao logo da minha
existência. Tenho certeza de que é Deus que está me enviando a Campina
Grande e que Ele me dará forças e inspiração para realizar o meu
ministério episcopal.
Confio na generosidade dos padres, religiosos, religiosas,
seminaristas e agentes de pastoral. Estes irmãos e irmãs formam um
exército qualificado de operários a serviço da Igreja. Vou contar com a
amizade e disponibilidade de cada um deles.
A Igreja diocesana é uma rede de comunidades paroquiais, movimentos,
pastorais, comunidades novas e instituições. Sei que viver concretamente
a fé numa comunidade é uma bênção única. Na comunidade nos
identificamos como filhos e filhas de Deus e somos reconhecidos com
tais. Estas comunidades serão acompanhadas com meu olhar de pastor.
As pessoas de boa vontade, independente da crença que possuem,
encontrarão em minha pessoa acolhimento e as mãos estendidas para
trabalhar em prol da vida e da dignidade do ser humano.
Irmãos, com estas breves palavras quero apenas apresentar-me, mostrando meus primeiros sentimentos com essa nomeação.
Com as bênçãos de Deus, a intercessão de Nossa Senhora da Conceição,
padroeira da Diocese de Campina Grande, e a oração de todos,
trabalharemos para edificar a obra de Deus, que é crer em Jesus Cristo e
fazer a sua santa vontade.
Abraço fraternalmente todo o Povo de Campina Grande e peço ao Senhor,
pela intercessão da Imaculada Conceição, que faça descer sobre todos as
bênçãos de Deus todo poderoso: Pai, Filho e Espírito Santo. Amém!
Dom Frei Manoel Delson Pedreira da Cruz, OFMCap.
Bispo nomeado para Campina Grande
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